sábado, 25 de janeiro de 2014

Desmistificar o mito: "não comer emagrece"?

É muito provável que a vossa avó, uma tia abelhuda ou algum conhecido com a mania das intimidades vos tenha já dito que sem esforço ninguém emagrece, e que por isso, se querem perder uns quilinhos - "e bem precisas!" - têm mesmo que aprender a fechar a boca. Trago-vos boas notícias: não podia ser menos verdade. 

As revistas femininas, a sociedade e a lógica oferecem-nos receitas milagrosas para emagrecer a toda a hora, sugerindo-nos "as dietas das celebridades" e "truques fáceis e eficazes" para emagrecer 10 quilos em apenas um mês. Para isso basta comermos apenas uma maçã de manhã, uma salada com três folhinhas de alface e metade de uma lata de atum ao almoço, uma banana ao lanche e uma sopa ao jantar (de preferência sem batata!). Em meia dúzia de dias vencemos um mal que combatemos durante anos, às vezes uma vida inteira, e estamos prontas para ser o centro das atenções na praia e desfilar na passerelle de qualquer Semana da Moda europeia. 

Esqueçam. Não é a passar fome ou a comer apenas saladas durante uma semana que vão compensar anos de uma alimentação menos saudável. Por muito que todos gostássemos da possibilidade de ser assim tão fácil e rápido, estar em défice calórico não só não ajuda a emagrecer, como, em última análise, engorda. 

Apesar de algo extremista, pensar no exemplo da subnutrição em alguns países africanos prova-nos que a falta de proteínas, hidratos, vitaminas, etc., pode provocar inchaço abdominal. A anorexia também, sendo uma doença muito grave, debilita o corpo de tal forma que o sistema imunitário não oferecerá já resistência a outras enfermidades. A fragilidade do corpo, que se reflectirá também na falta de brilho do cabelo, das unhas e da pele, deverá então ser sempre o primeiro motivo para evitar este tipo de atitude violenta para com o nosso corpo. Além de que ter fome e não poder comer é uma sensação desagradável e dolorosa em si mesma. 

Depois, o corpo humano está programado para armazenar energia, herança genética dos primórdios da humanidade, nos quais existiam épocas de fartura e épocas de escassez. Ao ingerirmos uma quantidade baixa de alimentos, o corpo humano entende que existe a necessidade de economizar para se manter. Ou seja, se comermos pouco, o nosso corpo vai guardar energias, e guardando energias não há perda de calorias, não havendo consequentemente perda de peso. Pelo contrário, quando voltarmos a comer o nosso corpo vai absorver cada caloria consumida, de forma a "compensar-se", o que resultará num aumento do peso. 

É por isto que a maioria das dietas loucas não funciona, ou no máximo leva a que voltemos a engordar logo após a perda inicial de alguns quilos. Qual é então "o segredo"? Comer muito, mas comer bem. 

Dou-vos o meu exemplo pessoal: faço pelo menos seis refeições por dia, tentando sempre que sejam baseadas em escolhas inteligentes e balanceadas. Nunca passo mais de três horas sem comer, para não forçar o organismo a entrar em economia de esforço, e tenho sempre uma garrafa de água comigo, para me manter hidratada. Se sentir fome, mesmo que as três horas não tenham passado, como, porque é um sinal que o meu organismo me está a enviar de que precisa de energia. Fruta é sempre uma excelente opção. 

Um plano da minha alimentação diária seria mais ou menos o seguinte:

- Pequeno-almoço: Duas torradas de pão integral com requeijão e fiambre de peito de peru ou ou uma tosta de queijo light, acompanhado com ovos mexidos e chá.
- Lanche da manhã: Fruta ou uma barra de cereais.
- Almoço: Carnes brancas (peru ou frango), almôndegas de soja, rosbife, atum ou salmão, com vegetais (quase sempre bróculos, que adoro) e esparguete integral ou batata doce.
- Pré treino: Papas de aveia.
- Lanche: Batido proteíco. 
- Jantar: Carnes brancas (peru ou frango), almôndegas de soja, rosbife, atum ou salmão, com vegetais (quase sempre bróculos, que adoro).
- Outros: bebidas só água e chá verde ou de frutos do bosque, posso também comer crackers sem sal, gelatina, entre outros.

Obviamente este é um plano muito genérico e apesar de parecer aborrecido é possível inventar mil e uma receitas saudáveis, saborosas e divertidas com estes ingredientes. Por favor, tenham em consideração que cada corpo é um corpo e que as necessidades de cada um são diferentes. Dou-vos o meu exemplo para que funcione apenas como isso mesmo, um exemplo, não querendo isto significar que os resultados em mim e em vocês sejam os mesmos. Até porque importa sublinhar também que a nossa alimentação tem que ser calculada de acordo com IMC, objectivo e nível de actividade física, pelo que é algo realmente muito pessoal. Um bom site para calcularem a quantidade de hidratos, proteínas e calorias que devem ingerir diariamente é o Livestrong - basta clicar em "track calories". A calculadora segue o modelo americano, mas para saberem o vosso peso em pounds e a vossa altura em feets basta ir a estes conversores

Espero que este posts vos seja útil, e qualquer dúvida, já sabem, a caixa dos comentários ou a página do facebook estão sempre à vossa disposição. 

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